DESAFIOS NUTRICIONAIS NA CULTURA DO ALGODÃO
- NutriFarm
- 8 de mar. de 2024
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O algodoeiro (Gossypium hirsutum L.) é uma das culturas de maior interesse econômico no Mercado Internacional de commodities. De acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (ABAPA), o cultivo comercial do algodoeiro se estende para mais de 60 países, no entanto apenas cinco destes se destacam na produção de fibra: Estados Unidos, China, Índia, Paquistão e Brasil. Além disso, a extração resulta na colheita da maior fibra têxtil do mundo, razão pela qual a faz ser considerada uma das plantas de maior aproveitamento, e considerada uma das dez maiores culturas de produção agrícola do agronegócio brasileiro. No Brasil, de acordo com CONAB (2021) as áreas de maior expressão cultivadas com algodão estão situadas nos Estados da Bahia, Mato Grosso e Goiás. Foi reportado, ainda que, a cadeia do algodão constitui-se em uma das principais atividades deste país, representando em torno de 16% da economia nacional. Atualmente, a produção do Brasil está em torno de 6.275,6 toneladas de caroço de algodão. Durante a safra 2022/23, cerca de 1.638,0 ha foram destinadas ao cultivo do algodoeiro, apresentando produtividade média de 1.815 kg ha-1 .
MANEJO DA NUTRICIONAL PARA ALTAS PRODUTIVIDADES DO ALGODOEIRO.
O algodoeiro é uma cultura exigente em adubação, necessitando cerca de 69, 26, 73, 36, 27 e 6 kg ha-1 de N, P2O5, K2O, CaO, MgO e S, respectivamente, para produzir uma tonelada de algodão em pluma. Segundo Rosolem et al. (2012), as variedades modernas de algodão mostram-se mais exigentes e sensíveis à deficiência de nutrientes. Novas cultivares têm apresentado maior potencial produtivo, caracterizando-se pelo aumento da porcentagem de fibra em detrimento da matéria seca do caroço.
Nota-se então que para um manejo rentável e produtivo, deve-se conhecer além da disponibilidade geral de nutrientes no solo, o aporte de nutrientes que a cultivar implantada exporta do sistema (Tabela 1).
Tabela 1. Quantidade de nutrientes absorvidos e exportados pelo algodoeiro em razão da produtividade.
Fonte: adaptada de Rosolem et al. (2012) e de Carvalho et al. (2011).
De acordo com Borin; Carvalho e Ferreira (2015), o crescimento inicial do algodoeiro é lento. A marcha de absorção dos macro e micronutrientes pela planta segue o padrão de crescimento, aumentando consideravelmente a partir dos 30 dias após a emergência (DAE), juntamente com a emissão dos primeiros botões florais e alcançando uma absorção máxima diária entre 60 e 90 DAE, entre o florescimento e a formação de maçãs. Na fase inicial do algodoeiro, que abrange o período desde a emergência ao surgimento do primeiro botão floral se trata de um período crítico para a formação radicular, nesta fase o desenvolvimento é mais intenso podendo se tornar deficitário devido a barreiras como o impedimento físico do solo, o déficit hídrico e o uso de herbicidas pós-emergentes.
ALTERNATIVAS PARA MELHORAR A PRODUTIVIDADE
Estratégias de manejo, como a utilização de produtos biológicos que estimulam a produção de fitohormônios ligados ao desenvolvimento radicular, produtos a base de carbono orgânico como o Carbon Pro by NutriFarm que potencializa a microbiota e estimula o enraizamento pode ser uma forma de manejo para esta fase. Nesta fase também coincide a maior demanda nutricional de nitrogênio, contudo a adubação nitrogenada excessiva estimula o desenvolvimento exagerado de brotos, além de aumentar o ciclo vegetativo, por consequência, atrasando o florescimento e a produção. Nas fases de florescimento e abertura de capulho, ocorrem a maior extração diária de nutrientes, Segundo Rosolem (2001), mais de 50% dos nutrientes são absorvidos após o início do florescimento e, após os 90-95 DAE, a velocidade de absorção de K cai severamente. Nesta fase, a planta está na fase de enchimento dos frutos e maturação de fibras, exigindo consideráveis quantidades de K, o qual é redistribuído para os frutos.
Nestas fases finais onde a demanda de carboidratos oriundos do metabolismo do K principalmente, pode-se utilizar de estratégias de enchimento e se obter um maior rendimento de capulhos. Uma dessas estratégias trata-se do uso do Reserva by NutriFarm, a base de Boro MEA e formiato de potássio, tem absorção de 5 a 7x mais rápida que um sulfato de potássio, atuando de forma intensa na produção, translocação e acúmulo de carboidratos, podendo ser estrategicamente aplicado na fase de florescimento entre F5 – F8, buscando maior peso de capulhos e melhor pegamento com menor abortamento floral.
Referências
BORIN, Ana Luiza Dias Coelho; CARVALHO, Maria da Conceição Santana; FERREIRA, Gilvan Barbosa. Nutrição, calagem e adubação do algodoeiro. In: ELEUSIO CURVELO FREIRE (Brasília). Associação Brasileira dos Produtores de Algodão Abrapa (Ed.). Algodão no Cerrado do Brasil. 3. ed. Brasília: Positiva, 2015. Cap. 13. p. 485-531.
CARVALHO, M.C.S.; FERREIRA, G.B.; STAUT, L.A. Nutrição, calagem e adubação do algodoeiro. IN: FREIRE, E.C. (Ed). Algodão no Cerrado do Brasil. Aparecida de Goiânia, GO: Mundial Gráfica, 2011.p.677-752.
CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira: grãos, décimo segundo levantamento safra 2016/2017.
ROSOLEM, C.A. Problemas em nutrição mineral, calagem e adubação do algodoeiro. Informações Agronômicas, n.95, 2001a. 17p. (Encarte Técnico). ROSOLEM, C.A.; ECHER, F.R.; LISBOA, I.P.; BARBOSA, T.S. Acúmulo de nitrogênio, fósforo e potássio pelo algodoeiro sob irrigação cultivado em sistemas convencional e adensado. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.36, p.457-466, 2012.







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